É possível viver sem amor? Sem a felicidade encontrada em um ser para nós singular, cuja existência nos faz viver, transbordando em nosso peito um sentimento de natureza indefinível que cresce, nos consome e nos arrebata? Influenciados por livros, filmes, canções e por nossas experiências cotidianas, que apontam como sentido de nossa existência o encontro da pessoa amada, responderíamos: não, é impossível viver sem amor.
Pois a experiência amorosa é intrínseca ao homem. É do homem, como animal, desejar reproduzir-se, perpetuar sua espécie. E é do homem, como indivíduo, distinguir-se do resto dos seres vivos através de sua capacidade de pensar e atribuir sentido a essa relação com o outro.
O amor surgiu da capacidade humana de explicar o mundo e as próprias experiências, construindo, assim, os conceitos e valores que sustentam a sociedade. E como o homem não é o mesmo em diferentes contextos históricos e sociais, seu modo de enxergar a realidade varia, produzindo diferentes significados, dentre os quais estão aqueles atribuídos ao amor.
São objetivos deste blog discutir e analisar essas diferentes visões acerca do sentimento e as transformações na maneira com que homens e mulheres vivenciam essa experiência. Discutirei aqui muitas das expressões amorosas surgidas ao longo da história, destacando o chamado “amor romântico”, representação dominante há cerca de três séculos que encanta os apaixonados com suas premissas de fidelidade, completude e eternidade. A contradição entre esses ideais e a realidade de uma relação amorosa repleta de conflitos e imperfeições nos acompanharão nesse percurso pelas diferentes faces do amor, que, de doce, pouco tem.
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